A pesquisa “Inovações na análise de qualidade de grãos baseadas em tecnologias espectrais: perspectivas para a produção de milho e sorgo no Brasil” foi apresentada na 50ª Reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Milho e Sorgo, promovida pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, em novembro.
O trabalho, apresentado pela pesquisadora Maria Lúcia Simeone da Embrapa, explora o uso de tecnologias espectrais para a análise da composição nutricional de milho e sorgo, com o objetivo de otimizar o controle de qualidade desses grãos.
A determinação dos constituintes presentes nos grãos tem como objetivo principal quatro pilares. “Primeiro, garantir a segurança alimentar, atendendo à demanda de consumidores por informações precisas sobre os produtos. “Assegurar a conformidade com os padrões de mercado, valorizando a produção nacional. Terceiro, reduzir as perdas na pós-colheita, otimizando o armazenamento e a utilização dos grãos. Por fim, oferecer maior transparência e suporte à tomada de decisões na cadeia produtiva”, disse Simeone.
Uma das tecnologias destacadas é a Espectroscopia no Infravermelho Próximo (NIR), que se caracteriza por sua rapidez, seu baixo custo e sua não destrutividade das amostras no processo analítico. A pesquisadora e sua equipe desenvolveram protocolos específicos para o uso da espectroscopia no infravermelho próximo (NIR) na análise dos constituintes dos grãos de milho e sorgo, proporcionando maior confiabilidade aos resultados e abrindo novas oportunidades de negócios.
Os modelos de calibração desenvolvidos em parceria com a empresa Spectral Solutions, com o uso do equipamento MicroNIR, um equipamento portátil, representam avanço significativo para a área de qualidade de grãos. O MicroNIR permite operação via smartphone, com análises multiparâmetros rápidas e precisas dos constituintes dos grãos, contribuindo para a agricultura de precisão e a segurança alimentar.
Outra aplicação desenvolvida pelo grupo de pesquisa foi a detecção da micotoxina fumonisina diretamente nos grãos de milho utilizando a tecnologia NIR hiperespectral. “É uma tecnologia que associa o componente espectral NIR com o componente de imagem, proporcionando maior precisão na análise dessa micotoxina diretamente no grão de milho, sem a necessidade de moagem da amostra”, explica Simeone.
“Essas tecnologias inovadoras oferecem diversas vantagens, como a redução de custos, a otimização de processos e a garantia da qualidade dos produtos. Ao permitir a identificação rápida e precisa dos componentes dos grãos ou contaminantes, como é o caso da fumonisina, as tecnologias espectrais contribuem para a valorização da produção agrícola brasileira e para o desenvolvimento de uma cadeia produtiva mais eficiente e sustentável e em sintonia com os preceitos da indústria 4.0”, diz Maria Lúcia Simeone, da Embrapa Milho e Sorgo.