A tranquilidade de algumas regiões deu lugar a uma nova onda de movimentação, especialmente nos polos de Feijão-caupi. A pressão de venda simultânea está forçando muitos produtores a aceitarem preços bem abaixo do desejado. Nesta semana, houve registros de negócios no Mato Grosso a até R$ 110/saca, enquanto na Bahia as vendas chegaram a R$ 130/saca.
Mas nem tudo são más notícias. O ponto que chama a atenção nesta safra é a qualidade excepcional dos grãos. Em todas as regiões com produção, os lotes apresentam padrão acima da média — o que pode, nos próximos dias, estimular o consumo interno e até antecipar exportações.
Mesmo com a Índia ainda lenta nas compras, informações sobre a qualidade e os preços competitivos começam a circular e devem gradualmente reativar o interesse internacional.
No Vale do Araguaia, a colheita teve início. A expectativa é de um volume levemente inferior ao da safra passada, com alguns custos de produção mais elevados, principalmente por conta da mosca branca, favorecida por lavouras de Vigna próximas.
A primeira referência de preço da região foi de um lote de Marhe negociado a R$ 260/saca.
A estratégia de muitos produtores é clara: vender os primeiros volumes que o mercado absorver. A partir de determinado limite de preço, a tendência será direcionar para câmaras frias, com a intenção de aguardar uma valorização mínima de 30% antes de liberar novos lotes.
Com uma qualidade que salta aos olhos e preços atrativos, o cenário é de escoamento mais ágil e possível retomada na confiança do mercado em algum momento nos próximos meses.